Vidas ameaçadas.

Enquanto jovens, deslumbraram o sucesso em todos os sentidos, passaram a impressão de que tinham tudo que precisavam, mas, seguramente, viviam numa insatisfação interior permanente, porque certamente o que tinham não era psicologicamente o que necessitavam, o que os levou a perder o sentido da vida.
Tirar a própria vida ainda na juventude não é um fato tão incomum quanto parece. O suicídio é frequentemente verificado em idades que marcam fronteiras na existência: a puberdade, a adolescência, e entre a maturidade e o envelhecimento. Estatísticas americanas recentes revelam que desde a década de 50, o índice de suicídio entre indivíduos de 15 a 24 anos quase triplicou. Um aumento de dimensões assustadoras. A estatística também aponta o suicídio como a terceira causa de morte nessa faixa etária, depois dos acidentes de trânsito ou, no Brasil, com armas de fogo.
O mesmo estudo revela que 50% de todas as tentativas de suicídio entre adolescentes são realizadas como consequência do mal ambiente familiar. Ou seja, o desamor entre os humanos pode iniciar o caos na célula de qualquer sociedade, mas é dentro da família que a falta de amor, de afetividade, atenção, a negligência e a violência física e verbal podem fazer mais vítimas.

Na escala do caos está o abandono afetivo compensado com dádivas matérias que saturam ao longo do tempo, chantagens emocionais que culpam, e uma tendência orientadora que busca uma auto-imagem emocionalmente impossível de ser construída nessa fase, que confunde e desencontra o indivíduo do seu "Eu", gerando conflitos e levando o jovem à depressão. Aturdido pelo sentimento de incapacidade este jovem começa a apresentar um desequilíbrio emocional permanente e uma necessidade de fuga da realidade, o que também pode levar às drogas. Alguns psicanalistas afirmam que o suicida adolescente não se apercebe totalmente da natureza da morte, e para ele o suicídio é um grito angustiantemente desesperado que reclama ajuda e atenção, ou ainda uma forma de vingança sobre o mundo que o torturou e o lançou no caos.
A ausência de diálogo, por causas variadas, habita em quase todos os lares, afetando profundamente os jovens na adolescência, tornando-os solitários e distantes. Um comportamento que pode afetar também a vida social e definir sua solidão ou hostilidade.

Sinais de alarme:
- Depressão, melancolia, grande tristeza, desesperança e pessimismo.
- Insucesso escolar.
- Apatia pouco usual, letargia, falta de apetite ou apetite exagerado.
- Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente.
- Abuso de álcool, uso de drogas ou fármacos.
- Grande impulsividade, agressividade.
- Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo.
- Afastamento ou isolamento social.
- Dizer adeus, como se não o voltássemos a ver.
- Oferecer objetos ou bens pessoais valiosos.

Para toda ação existe uma reação consistente e uma atenção redobrada quando o assunto são os nossos filhos. Em tempo, não sabemos como agir, é aconselhável procurar ajuda profissional e abrir-se para um diálogo franco e equilibrado. Enfrentar o problema de frente e buscar a harmonia familiar é sempre a melhor saída.
(Texto retirado da revista Imediata)

Nenhum comentário:

Postar um comentário